Suzuki GS 120 é boa? Vale a pena comprar em 2024?
A Suzuki GS 120 foi criada para ser uma moto prática e com muitas vendas, algo que a Yes 125 e as GSR 150 não alcançaram. Ela ocupou o espaço de preço da Honda Pop, mas com benefícios por ser uma moto, não uma motoneta. A GS 120 tinha rodas raiadas e uma transmissão manual rotativa de quatro marchas, do tipo sequencial, semelhante aos modelos cub, como Honda Biz e Yamaha Crypton. Quer saber se ainda vale a pena? Continue lendo!
Contextualizando…
A especulação sobre a invasão do mercado brasileiro por motos chinesas pequenas e baratas foi intensa. Muitos de nós até arriscamos previsões sobre uma dramática queda nos preços das motos das marcas estabelecidas. No entanto, essa onda chinesa veio e já passou, a invasão não ocorreu e os preços não caíram drasticamente.
Mas, houve uma mudança significativa que reposicionou o mercado brasileiro em uma trajetória mais segura e sustentável de crescimento. Além disso, tanto os consumidores quanto a indústria e toda a cadeia de suprimentos e serviços que permeiam o segmento de motocicletas no Brasil amadureceram.
Por que essa análise está sendo feita em um texto que avalia a Suzuki GS 120?
Simplesmente porque esta moto, juntamente com a Honda Pop, representam a resposta da indústria brasileira a essa ameaça que não se concretizou. Muitos esperavam que as motos chinesas de 125 e 150 cc, com preços baixos, conquistassem o consumidor brasileiro e inundassem as ruas, mas nada disso aconteceu!
Das marcas que ingressaram, apenas Shineray e Traxx permaneceram. Dafra e Kasinski, que também estabeleceram parcerias com grandes fabricantes asiáticos (não japoneses), expandiram suas operações e conseguiram uma presença significativa no mercado, apesar dos desafios enfrentados pela Kasinski. Se existem outras marcas, são praticamente irrelevantes para o mercado.
No entanto, a Suzuki (representada pela J. Toledo da Amazônia) lançou sua simples GS 120 quando a onda já havia passado e o mercado mostrava sinais claros de amadurecimento. Basta observar o Salão Duas Rodas realizado no início de outubro, onde a única moto pequena nova apresentada foi a Dafra Super 50, que ainda assim foi apenas uma reestilização.
Como interpretar esse cenário? Será que o mercado para motos pequenas chegou ao fim? Não! Entenda a seguir!
A Suzuki GS 120
No amplo segmento de entrada, até 125 cc, ainda há muito espaço para crescimento, especialmente devido à falta de um sistema de transporte urbano eficaz na maioria das cidades brasileiras. No entanto, o consumidor não aceita qualquer moto só porque é barata. Ele busca qualidade, suporte técnico e disponibilidade de peças de reposição. Esse é o amadurecimento de todo o segmento.
A Suzuki identificou essa demanda e lançou sua moto de entrada, a GS 120, com o objetivo de ser um veículo utilitário com alto volume de vendas, especialmente nos mercados do Nordeste do Brasil e em cidades menores do interior.
Lançada em 2013, a GS 120 apresenta um conjunto básico, incluindo um motor carburado de 113 cc, partida a pedal e freios a tambor, posicionando-se como uma alternativa à Honda Pop, mas com vantagens por se assemelhar mais a uma moto do que a uma motoneta.
Equipada com rodas raiadas e um câmbio manual rotativo de quatro velocidades, do tipo sequencial, semelhante aos modelos cub, como Honda Biz e Yamaha Crypton, a GS 120 requer um pequeno período de adaptação ao sistema de engate com a ponta do pé e calcanhar, mas nada muito complicado. O painel que indica as marchas engatadas facilita bastante esse processo.
Dimensões
A Suzuki GS 120 possui dimensões compactas, com um comprimento total de 1.900 mm, largura de 750 mm e entre-eixos de 1.215 mm. O assento tem altura de 766 mm, e o tanque de combustível comporta 9,2 litros. Com essas medidas reduzidas, a GS 120 pesa apenas 107 kg quando pronta para rodar, incluindo fluidos e combustível, o que a torna uma escolha conveniente para motociclistas iniciantes.
Motorização
Para cumprir as regulamentações de emissões de poluentes do Brasil, o motor de 8,43 cv e 0,88 kgfm de torque da GS 120 está equipado com um catalisador no escapamento. Devido a essas características, não se deve esperar um desempenho excepcional da GS 120, pois ela foi projetada principalmente para uso urbano. É importante não se aventurar em estradas com ela, pois a GS 120 atinge rapidamente os 80 km/h no velocímetro, mas logo alcança o limite, o que pode ser perigoso em estradas e rodovias onde o tráfego é mais rápido.
Consumo
Um aspecto notável da GS 120 é o seu excelente consumo de combustível, alcançando uma média de 39,4 km/l. É importante notar que esse número é obtido em condições normais de uso, sem abusar do acelerador. No entanto, se o acelerador for constantemente pressionado ao máximo, o consumo aumenta significativamente. A GS 120 também se destaca pela quase ausência de vibração, mesmo em rotações mais altas, e pelo baixo ruído do motor.
Chassi
Na Suzuki GS 120, onde tudo é básico e convencional, as suspensões seguem o padrão com um garfo telescópico na dianteira e dois amortecedores na traseira, com ajuste na pré-carga das molas. O quadro em tubos de aço apresenta um design simples, e as duas rodas de 17 polegadas oferecem boa estabilidade e controle ao veículo. Alguns “luxos” incluem o aro cromado do farol, um útil bagageiro, protetor do escapamento e contra-pesos cromados nas extremidades do guidão. O painel é moderno, com luzes-espia, marcador de marchas, hodômetro total/parcial, embora falte um marcador de combustível. Porém, ela compensa com outros recursos, como o lampejador de farol alto.
Design
O banco possui um design simples, altura adequada para pessoas mais baixas e é macio, porém, não é recomendado para longos períodos de condução contínua. Com seu baixo peso de 107 kg e dimensões compactas, a GS 120 é fácil de controlar e manobra com agilidade entre os carros, facilitando a vida do piloto. O cavalete central é um recurso muito útil para estacionamento e manutenção preventiva, como verificar a folga da corrente ou ajustar o freio traseiro, especialmente por ser a tambor. No entanto, é importante ter cuidado com os freios, pois têm eficiência limitada e exigem mais distância em frenagens de emergência.
Ergonomia
Com uma geometria tranquila para uma moto desse porte, apresentando um ângulo de rake de 27° e 80mm de trail, a verdade é que a GS 120 se comporta bem nas condições normais de uso, oferecendo previsibilidade e confiança.
No entanto, sua construção econômica impõe limites, tanto no chassi quanto na suspensão, desaconselhando uma pilotagem muito agressiva, já que a GS 120 está longe de ser uma moto esportiva
. Disponível nas cores vermelho, azul, preto, cinza e branco, a GS 120 possui semelhanças com a GD 110 da Suzuki, fabricada em parceria com a Haojue na China. Ambos os modelos compartilham características semelhantes, com destaque para o painel idêntico em ambas as motos.
No entanto, a GD 110 oferece opções com rodas de liga leve e partida elétrica, recursos que não estão presentes na GS 120. Além disso, a GD 110 comercializada na China e no Paquistão pode ter uma carenagem protetora para a corrente e outra versão com carenagem no farol dianteiro.
Vale a Pena?
Avaliar se vale a pena comprar uma Suzuki GS 120 ou qualquer moto similar não é uma decisão simples. As principais vantagens incluem a exclusividade que essas motos oferecem, o fato de não serem alvos frequentes de roubo (o que resulta em seguros mais acessíveis) e, em grande parte dos casos, o desempenho bastante satisfatório devido à sua qualidade e histórico reduzido de problemas.
Por outro lado, é importante considerar que a manutenção pode ser mais trabalhosa, a obtenção de peças específicas pode ser difícil e, no futuro, pode haver certa dificuldade na revenda. Algumas dessas motos já apresentavam esses problemas quando estavam em produção – são o lado negativo: motos de qualidade inferior e frequentemente com histórico de problemas. Portanto, ao pensar em adquirir uma moto desse tipo, é crucial ponderar esses aspectos.
Fotos da Suzuki GS 120
Detalhes da Suzuki GS 120