Royal Enfield Meteor 350 é boa? Vale a pena comprar em 2024?
No mercado de motos entre 125 e 600 cilindradas, a Royal Enfield Meteor 350 2024 se destaca. Com seu estilo clássico, conforto e desempenho, ela preenche esse vazio. Misturando elementos vintage e modernos, a Meteor 350 é uma moto única que atrai entusiastas do estilo clássico.
A Royal Enfield Meteor 350
A Royal Enfield Meteor 350 estreou primeiramente na Índia no final de 2020, chegando ao Brasil cerca de um ano depois. Sendo o terceiro modelo “novo” da marca, seguindo os passos da Himalayan e da dupla Interceptor 650/Continental GT 650. Sua plataforma, conhecida como “J” na Índia, trouxe várias inovações para a linha clássica da empresa.
Uma dessas inovações é o novo motor monocilíndrico de 349 cm³. Abandonando o antigo comando de válvulas no bloco com acionamento por varetas, optou-se por um comando no cabeçote acionado por corrente.
O motor, refrigerado a ar e alimentado por injeção eletrônica, não impressiona muito em números, gerando apenas 20,2 cv de potência. No entanto, como é comum na Royal Enfield, o torque de 2,7 kgfm é considerável para o tamanho do motor. O distintivo ronco dos grandes monocilíndricos da marca também está presente. O câmbio possui cinco marchas, e a transmissão final é feita por corrente.
Por cerca de R$ 17.990 na versão Fireball, a Royal Enfield Meteor 350 oferece partida elétrica, marcador de combustível, rodas de liga leve com freios a disco em ambas, ABS, tomada USB e o GPS Tripper, que projeta informações de navegação no painel através de um aplicativo de celular.
A opção Stellar, por R$ 18.490, inclui pintura metálica e encosto para o garupa. Já a versão Supernova, avaliada aqui, sai por R$ 18.990, com pintura bicolor, para-brisa e assentos separados em tecidos de cores diferentes. Estes preços não incluem o frete.
No mercado das estradeiras, a variedade muitas vezes é limitada. Alguns começam com modelos de entrada, como a Haojue Chopper Road 150 ou a Suzuki Intruder 125. No entanto, o dilema surge quando se deseja progredir neste segmento.
As opções de 125 ou 150 cilindradas muitas vezes lutam para atingir mais de 100 km/h nas rodovias. Uma moto capaz de manter os 120 km/h regulamentares pode custar três ou quatro vezes mais. A Royal Enfield Meteor 350 preenche essa lacuna como uma estradeira intermediária que oferece desempenho sem pesar no bolso. Seu preço está mais próximo de uma Chopper Road do que de uma Vulcan.
Desde seu lançamento, a principal crítica à Meteor é sua potência aparentemente baixa para a cilindrada. Em termos simples, ela se comporta um pouco melhor que uma 250. No entanto, os 200 km ininterruptos a 120 km/h que ela pode percorrer na estrada não deixam claro que há falta de potência na prática.
Nesse ritmo, a moto faz aproximadamente 32 km/l, e o para-brisa desempenha um papel crucial em manter o piloto confortável, evitando que o torso atue como um paraquedas.
Não podemos esperar o desempenho de um grande motor em V de um monocilíndrico com o objetivo de ser acessível. Portanto, sim, ocasionalmente a Meteor exige trocas de marcha e você pode precisar acelerar mais nas ultrapassagens. No entanto, é preferível ter uma moto que permita usar 100% de sua capacidade o tempo todo do que uma na qual você arrisque perder a habilitação com apenas 10% de aceleração.
A Meteor é relativamente pesada para seu porte, mas isso se deve à qualidade de sua construção e aos materiais utilizados. Com poucos plásticos e peças principais ainda feitas de metal, ela oferece uma sensação de solidez. Além disso, seu banco baixo permite que até mesmo pilotos de estatura média, como eu (1,72 m), apoiem os dois pés no chão com facilidade, o que proporciona uma sensação de segurança em vez de insegurança.
Entendendo isso, pode-se supor inicialmente que a Meteor seria lenta em curvas. No entanto, isso é um equívoco. Basta encontrar uma estrada de serra para confirmar. O conjunto de suspensão é firme, sacrificando um pouco o conforto em buracos, mas permitindo uma condução ágil nas curvas, onde a sensação de peso desaparece.
Em comparação com uma Boulevard M800, por exemplo, onde parece que o piloto está em um fuso horário e a roda dianteira em outro, na Royal Enfield é o oposto. A dianteira responde rapidamente e se comunica bem com o piloto, reforçando a sensação de segurança e proporcionando prazer ao dirigir.
O uso na cidade é bastante tranquilo. Como mencionado, ela se comporta como uma 250. O guidão é alto o suficiente para passar sobre os espelhos dos carros no corredor, e a moto não cansa. Pelo contrário, a posição de pilotagem é extremamente confortável, com os braços mais próximos do peito e as pernas um pouco para frente, em uma posição avançada.
Pode levar um tempo para se acostumar com a alavanca de câmbio pendular, onde as marchas são trocadas com o calcanhar para cima e reduzidas com a ponta do pé. Essa é uma solução comum em estradeiras maiores que usam plataformas no lugar das pedaleiras, embora não seja o caso da Meteor. Com o passar dos dias, porém, isso se torna natural e o piloto opera a alavanca sem problemas.
Os controles de freio, embreagem e acelerador são bem equilibrados, não sendo nem muito leves nem muito pesados. Embora a mordida do freio dianteiro pudesse ser mais rápida, ele para a moto sem problemas. Os controles nos punhos são rotativos, inclusive para a ignição, uma característica que não era vista desde a Honda XLX 250R.
À primeira vista, os controles podem parecer estranhos, mas no uso diário não causam problemas. Uma solução inteligente é o posicionamento do lampejador do farol alto junto ao interruptor do farol, enquanto o gatilho à frente, onde normalmente estaria o lampejador, agora controla o computador de bordo. Isso é muito mais prático do que esticar a mão até o painel para acessar as informações.
Com o GPS Tripper, algumas pessoas podem ficar indecisas. Sua tela é pequena e mostra apenas uma seta e a distância até a próxima conversão. Se houver uma rua muito próxima de outra, pode ser difícil identificar qual é a correta. No entanto, para quem está perdido, é melhor do que nada e certamente mais conveniente do que parar repetidamente para consultar o mapa no celular. A grande vantagem é que é gratuito; a desvantagem é que não substitui um GPS convencional.
A Royal Enfield Meteor 350 é boa?
Sempre há aspectos para se criticar. A suspensão traseira tem pouco curso, tornando-a bastante firme. Por isso, é necessário se acostumar a levantar um pouco o banco nos buracos mais profundos. A moto mantém bem os 120 km/h, mas não ultrapassa essa marca. Quando atinge cerca de “121 km/h”, a injeção corta e a moto simplesmente mantém a velocidade. Esta é uma solução que ainda é difícil de entender sua finalidade.
O visual também desempenha um papel importante na definição do que é uma estradeira. Nesse aspecto, a Royal Enfield Meteor 350 se destaca facilmente. Possui uma silhueta baixa e alongada, piscas cromados, farol e lanterna redondos, além de pedaleiras avançadas, tudo de acordo com o padrão desta categoria e mais acertado do que a própria Kawasaki Vulcan, que possui uma proposta mais moderna.
Vale a pena?
Se lá em 2007, quando alguém comprava uma Intruder, dissessem que um dia seria possível adquirir uma verdadeira estradeira que oferece bom desempenho por não muito mais que o preço de uma moto 150, provavelmente seriam considerados loucos. Finalmente, temos no mercado uma opção de custom que consegue ser uma estradeira de qualidade, com preço justo e desempenho encorajador para encarar a estrada. Agora, para todos aqueles que costumavam reclamar da falta de uma moto assim, a mensagem é clara: as desculpas acabaram. Ou seja, sim, definitivamente vale a pena. Com todos esses recursos e com o preço da Meteor, ainda não surgiu uma concorrente à altura.